Que o Instagram lançou o Reels com o objetivo de concorrer com o TikTok não é novidade. O crescimento do app chinês sempre foi visto como uma ameaça para os negócios das redes da família Facebook.
Para conter essa ameaça, o Instagram teria feito ofertas lucrativas para que, criadores que estão fazendo sucesso no TikTok, mudassem de plataforma e trouxessem seus conteúdos para o Reels.
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Facebook oferece dinheiro
A notícia, divulgada pelo Wall Street Journal, surge poucos dias depois do TikTok anunciar um fundo de $200 milhões para apoiar criadores americanos. Esse fundo tem como objetivo bonificar os grandes produtores de conteúdo da plataforma, fazendo com que eles continuem a produzir.
O TikTok, apesar da grande popularidade, amarga uma fase difícil. Acusações contra a plataforma e o governo chinês colocam em check a credibilidade da ferramenta. Muitas empresas americanas, por exemplo, estariam pedindo que seus colaboradores desinstalem a rede social.
Porém, mesmo com as notícias do banimento do TikTok na Índia, que já anunciamos aqui, o sucesso da rede parece não diminuir. Os vídeos curtos, com dublagens e danças, parecem ter caído no gosto do público.
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Mas, para não perder sua fatia de mercado, as redes de Mark Zuckerberg estariam então tentando trazer os principais criadores do TikTok para o Reels.
O grande trunfo da proposta, além da quantia em dinheiro, seriam justamente as acusações de espionagem contra o aplicativo.
Toda essa movimentação acontece justamente no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e legisladores do país discutem uma possível limitação de acesso de usuários norte-americanos ao TikTok.
Preocupações relacionadas a segurança e privacidade dos dados dos usuários dessa mídia social vêm sendo levantadas. Porém, de acordo com o Wall Street, o TikTok disse anteriormente que nunca forneceu dados dos usuários ao governo chinês e não o fará.
A estratégia do Instagram com o Reels
Munido com as discussões que envolvem o TikTok e com os incentivos financeiros, o Instagram espera trazer para o Reels os principais criadores da concorrente.
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De acordo com o Wall Street, a ideia é fechar acordos de exclusividade ou pelo menos fazer com que os criadores publiquem seus conteúdos primeiro no Instagram e Facebook.
Os valores das negociações não foram divulgados, mas alguns criadores teriam afirmado ao jornal que foram procurados.
Outros, apesar de não terem recebido propostas, dizem que devem começar a usar o Reels de qualquer maneira.
Facebook Lasso
O Reels não é o primeiro produto lançado pelas empresas de Zuckerberg com recursos como os do TikTok. Em 2018, foi anunciado o lançamento do Facebook Lasso, aplicativo com características muito semelhantes as do app chinês.
O Lasso começou limitado para os Estados Unidos e aos poucos foi expandido, chegando a países como México, Argentina, Peru, Chile, Uruguai e Equador. Aqui no Brasil, ele nunca chegou.
Contudo, apesar dos investimentos recebidos, o Lasso nunca alcançou o sucesso pretendido. Devido a isso, no início desse mês, o Facebook anunciou o encerramento das atividades do app.
O foco então foi direcionado para o Reels, que havia sido anunciado poucos dias antes.
Outros esforços
O fortalecimento do Reels não é a única aposta do Facebook para combater o sucesso do TikTok. Outro app criado pela empresa também foi lançado com esse objetivo: o Collab.
A nova rede social tem diversas características muito semelhantes às do aplicativo chinês. Contudo, vem com a proposta de ser focado exclusivamente para produção e publicação de vídeos de música.
A ideia é que os usuários criem vídeos colaborativos, reunindo gravações de várias pessoas em uma só para criar as canções.
A rede foi lançada em maio desse ano e, por enquanto, para participar é necessário receber um convite.
Tem mais gente interessada
Assim como aconteceu com o formato de vídeos curtos lançados no Snapchat que foi copiado para diversas redes, até mesmo Twitter e LinkedIn, o Instagram não é o único interessado na fatia de mercado atendida pelo TikTok.
Em junho, o YouTube anunciou o desenvolvimento de uma plataforma para fisgar os usuários do aplicativo chinês.
A nova ferramenta deve possibilitar que os criadores gerem conteúdos de 15 segundos que depois poderão ser fundidos para agregar vídeos aos canais do YouTube.
No meio disso tudo ficam o usuários, que passam a contar com cada vez mais alternativas e novidades no mercado digital.
Para as empresas, no entanto, isso significa cada vez mais canais para estar presente, o que envolve mais investimento em conteúdo. O problema é que nem sempre é possível estar em todas as redes com qualidade e consistência.
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A dica, nesse caso, é avaliar onde o público do seu negócio está e se vale a pena investir tempo e dinheiro só pra não perder a “modinha”de uma nova plataforma.