Qual o futuro da Inteligência Artificial? Mary Meeker, a “Rainha da Internet”, fez um retorno triunfal para publicar seu primeiro relatório em quatro anos — e sobre o tema oportuno da inteligência artificial.
Muitas pessoas têm ideias de como usar a IA, então o que torna a perspectiva de Mary Meeker importante? Para quem não sabe, Meeker é uma capitalista de risco e fundadora da firma de VC BOND.
Mais importante do que isso, ela é renomada por seus relatórios de pesquisa “Internet Trends“, que se tornaram leituras obrigatórias para todos no mundo da tecnologia quando ela os publicou entre 1995 e 2019 enquanto trabalhava como analista de tecnologia na Morgan Stanley.
Seu último relatório, “AI & Universities” foi publicado no site da empresa recentemente.
Qual o Futuro da Inteligência Artificial?
“A universidade do futuro não se parecerá com a universidade de hoje”, escreveu Meeker. “As universidades descobrirão que a IA pode ser um vento a favor ou um vento contra — algumas se destacarão, outras não.”
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Seu último “Internet Report” em 2019 tinha mais de 300 páginas. Desta vez ela foi mais sucinta. Em apenas 16 página trouxe sua visão para a Inteligência Artificial e como ela irá moldar os estudos.
O relatório “AI & Universities”, publicado em julho de 2024, aborda a evolução da inteligência artificial (IA) e seu impacto profundo nas universidades e no ensino superior. Aqui estão os principais tópicos e exemplos práticos destacados no documento:
Avanço Rápido da IA e Impacto no Ensino Superior
- Liderança Americana: Os Estados Unidos continuam a liderar globalmente o desenvolvimento de IA, impulsionado por um sistema capitalista e empreendedor. As empresas de tecnologia americanas, como Microsoft, Apple, NVIDIA, Alphabet e Amazon, estão na vanguarda da adoção e inovação em IA.
- Integração da IA no Ensino: A IA está sendo rapidamente incorporada ao sistema educacional, com ferramentas que oferecem feedback em tempo real e personalização do aprendizado, revolucionando a maneira como os estudantes interagem com o material didático.
Transformação da Educação por meio da IA
- Ferramentas de Aprendizado Personalizadas: Ferramentas de IA, como tutoriais interativos e plataformas adaptativas, permitem um aprendizado personalizado que pode acompanhar o ritmo e as necessidades de cada aluno.
Exemplos Práticos
Khan Academy: Utiliza IA para oferecer planos de aprendizado personalizados e feedback instantâneo, melhorando a retenção de conhecimento.
Duolingo: Aplica gamificação e IA para otimizar o aprendizado de idiomas, tornando o processo mais envolvente e eficaz.
Desafios e Oportunidades para Instituições Educacionais
- Mudança no Modelo Educacional: As universidades estão sendo desafiadas a adaptar seus métodos tradicionais de ensino para integrar tecnologias de IA que facilitam um aprendizado mais interativo e engajado.
- Colaboração entre Tecnologia e Educação: É crucial que as instituições de ensino colaborem com empresas de tecnologia para integrar IA de maneira que enriqueça a experiência educacional e prepare melhor os estudantes para o mercado de trabalho.
Implicações para Investidores e Educadores
- Investimentos em IA: Há uma crescente necessidade de investimentos em infraestrutura de IA dentro das instituições educacionais para manter a competitividade e eficácia no ensino.
- Capacitação de Educadores: Os professores precisam ser capacitados para utilizar as ferramentas de IA, facilitando uma transição suave para métodos de ensino que integram tecnologia avançada.
O relatório “AI & Universities” destaca uma era de transformações significativas impulsionadas pela IA no setor educacional. Com a rápida evolução da tecnologia, universidades e educadores têm a oportunidade de remodelar o ensino superior para criar experiências de aprendizado mais eficazes e personalizadas.
Os desafios são substanciais, mas as recompensas potenciais—melhoria no acesso e na qualidade da educação—são enormes. As ações tomadas agora irão definir o futuro do ensino superior nos próximos anos.
“As ações tomadas nos próximos cinco anos serão consequentes”, ela escreveu. “É importante que o ensino superior assuma um papel de liderança, em combinação com a indústria e o governo”, ela acrescentou. A mudança pode estar chegando mais cedo do que pensamos.
O que dizia o relatório de 2019?
Se você nunca ouviu falar da Mary, tudo bem. Porém, ela é considerada uma voz a ser ouvida quando se trata de tendências de mercado. Em 2019, no relatório “Internet Trends” ela apontou a grande oportunidade do mundo dos games e do formato freemium.
Uma das maiores conclusões de seu relatório de 2019 é a ideia de que grandes empresas de tecnologia ainda estavam tateando tendências digitais importantes como publicidade online e computação em nuvem.
A publicidade digital é o sustento da Alphabet e do Facebook. Ao contrário da opinião popular, as vendas aceleraram 22% nos Estados Unidos em 2018. E a veiculação de anúncios programáticos, uma parte do mercado dominada pela Trade Desk, agora comanda 62% do mercado.
Eventualmente, a grande maioria de todos os anúncios será digital porque sua eficácia é mais mensurável, e os consumidores cresceram para aceitar anúncios. Essa aceitação está permitindo que modelos de negócios freemium surjam.
Negócios Freemium
Meeker observou que haviam 2,4 bilhões de jogadores interativos em todo o mundo, um número que cresceu 6% em 2018. Fortnite, um fenômeno de jogos online, tem 250 milhões de usuários ativos. Eles são atraídos pela plataforma free-to-play porque podem jogar, construir comunidades e interagir com outros jogadores em tempo real.
Epic Games, a editora de Fortnite, ganha dinheiro vendendo V-Bucks, que podem ser usados para comprar itens digitais como movimentos de dança, vidas extras e skins de avatar. Os jogadores também podem comprar passes de batalha que desbloqueiam várias partes do jogo.
LendEDU, uma empresa de empréstimos estudantis online, pesquisou jogadores de Fortnite em 2018. Os pesquisadores descobriram que 69% dos jogadores fizeram compras no jogo, gastando em média $84,67 por ano. E 25% também se inscreveram no Twitch, um serviço de streaming de propriedade da Amazon.com, onde eles carregavam e assistiam a jogabilidade.
De acordo com o TechCrunch, vender bugigangas virtuais e passes permitiu que a Epic gerasse $3 bilhões em lucros durante 2018.
Esta não é a primeira vez que uma empresa encontra ouro ao dar seu produto. Google Documents, um equivalente gratuito à suíte de produtividade Microsoft Office, se tornou extremamente popular com estudantes e pequenos negócios quando foi oficialmente lançado há uma década. Os usuários cresceram para mais de 1 bilhão.
Hoje, o G Suite, a versão empresarial, tem mais de 5 milhões de clientes pagantes.
É um modelo de negócios sendo emulado com sucesso por Zoom e Slack, duas pequenas empresas de comunicações empresariais. O objetivo é encontrar uma audiência com uma experiência de usuário intuitiva, depois seduzir os clientes a pagar para desbloquear mais recursos.
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