Estudo global revela que jovens estão entre os menos realizados do mundo em bem-estar e propósito de vida
Um novo levantamento global realizado pelas universidades de Harvard e Baylor acendeu um alerta preocupante: os jovens de 18 a 29 anos estão entre os que menos se sentem realizados na vida. O estudo Global Flourishing Study, que entrevistou mais de 200 mil pessoas em 22 países ao longo de 2023, avaliou o que significa “florescer” — ou seja, ter saúde física e mental, relacionamentos positivos, segurança financeira, felicidade e senso de propósito.
Os dados mostram que os jovens adultos enfrentam mais dificuldades para atingir esses níveis de bem-estar, especialmente nos Estados Unidos, onde a diferença entre os índices de realização de jovens e idosos foi a maior entre os países analisados.
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O Reino Unido também teve desempenho fraco, ficando entre os países com pior pontuação geral em florescimento humano. Segundo a análise publicada no The Guardian, menos da metade dos britânicos disseram estar satisfeitos com a própria vida — uma taxa semelhante à de países como Turquia e África do Sul. Em contrapartida, países como a Polônia e a República Dominicana surpreenderam com índices elevados de bem-estar percebido.
Apesar da importância dos dados, especialistas alertam que os resultados devem ser interpretados com cautela, já que são baseados em autorrelatos subjetivos. “Precisamos equilibrar essas percepções com indicadores objetivos de saúde e qualidade de vida”, disse um epidemiologista não envolvido com o estudo. O Japão, por exemplo, teve uma das piores classificações no estudo, mas ainda mantém a expectativa de vida mais alta do mundo.
O estudo abre espaço para reflexões importantes sobre a saúde emocional e o futuro das novas gerações em um mundo cada vez mais instável, exigente e digitalizado.
O que diz o estudo Global Flourishing Study
A pesquisa, conduzida por Harvard, Baylor e a Gallup, analisou a percepção de bem-estar de mais de 200 mil pessoas em 22 países ao longo de 2023. O objetivo foi medir o quanto as pessoas estão “florescendo” — termo que abrange não apenas saúde física e mental, mas também qualidade dos relacionamentos, segurança financeira, felicidade e sentido na vida.
Entre os dados mais preocupantes está a situação dos jovens de 18 a 29 anos. Essa faixa etária apresentou os menores índices de realização pessoal e bem-estar em quase todos os países analisados, com destaque negativo para os Estados Unidos. Por lá, o abismo entre o bem-estar dos mais jovens e o dos adultos mais velhos foi o maior registrado em toda a pesquisa.
O Reino Unido também aparece entre os países com piores desempenhos, com menos da metade da população declarando satisfação com a vida. O contraste fica evidente quando comparado a países como a Polônia e a República Dominicana, que surpreenderam com altos níveis de florescimento, mesmo não sendo considerados potências econômicas.
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Curiosamente, o Japão — que possui a maior expectativa de vida do mundo — foi o país com o pior desempenho geral no ranking de bem-estar subjetivo, levantando questionamentos sobre os fatores culturais e sociais que influenciam a percepção de uma vida satisfatória.
Apesar de os dados oferecerem um panorama global, especialistas apontam que é preciso interpretar os resultados com cautela. O estudo é baseado em autorrelatos, o que significa que o contexto cultural, a percepção individual e até o momento de vida de cada participante podem influenciar fortemente nas respostas.
Embora os resultados específicos para o Brasil ainda não tenham sido divulgados, dados de outras pesquisas indicam que os jovens brasileiros enfrentam desafios significativos em relação ao bem-estar e ao propósito de vida. Por exemplo, um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou uma queda na média de satisfação com a vida entre jovens brasileiros, passando de 7,2 em 2013-14 para 6,4 em 2020, o nível mais baixo da série histórica brasileira.
Além disso, uma pesquisa do UNICEF e Gallup mostrou que apenas 31% dos adolescentes e jovens brasileiros acreditam que o mundo está melhorando, um dos índices mais baixos entre os 21 países analisados.
Esses dados sugerem que os jovens brasileiros estão entre os menos realizados do mundo em termos de bem-estar e propósito de vida, destacando a importância de políticas públicas focadas no apoio à juventude.